Author: soapbox

O tipo errado de clima

O preço do gás natural finalmente subiu após o surgimento da maior demanda dos últimos 11 meses, criada através de uma frente de clima ártico que cobriu o norte e centro-oeste dos EUA.

O armazenamento de gás natural está em alta, porém o mês de dezembro com temperaturas acima da média o manteve estocado. Os preços caíram quase 38% desde o meio de novembro, quando a produção doméstica ascendente coincidia com a fraca demanda e um início de inverno com temperaturas acima da média até a queda na semana passada.

A EIA atribuiu a baixa dos preços à demanda abaixo do esperado como também a produção aumentada de gás natural. “Os preços do gás natural caíram recentemente para a maior baixa dos últimos dois anos com o aumento da produção doméstica de gás natural reforçando os inventários de gás natural”, disse Adam Sieminski, administrador da EIA, em um comunicado de imprensa antes da extrema queda de temperatura em janeiro. Agora, se espera que os estoques de gás sejam reduzidos durante a segunda metade de janeiro e fevereiro.

Um novo mercado báltico de GNL

Em Riga no dia 14 de janeiro, a Estônia, Letônia e Lituânia assinaram uma declaração de confiabilidade de fornecimento de energia criando a base para a formação de um único mercado de gás na região e conectando os países bálticos com os sistemas de fornecimento de energia do oeste da Europa.

Os ministros dos três países se encontraram para assinar a chamada ‘Declaração de Segurança de Fornecimento de Energia dos Estados Bálticos’, que é vista como meio para integra-los ainda mais no mercado internacional europeu de energia.

“Assinar a Declaração de Segurança de Fornecimento de Energia marca o início de uma importante e irreversível mudança na nossa região em direção a mercados regionais de gás e eletricidade liberais, transparentes, competitivos e em perfeito funcionamento”, disse Rokas Masiulis, Ministro de Energia da República da Lituânia.

Mais de duas décadas após o fim da ocupação soviética e uma década após elas terem entrado na OTAN e a União Europeia, as repúblicas bálticas permaneceram desintegradas do resto da Europa em um aspecto crucial: as suas infraestruturas de gás natural as isolaram tornando as uma espécie de ‘ilhas energéticas’. Agora, pela primeira vez em suas histórias, a Estônia, Letônia e Lituânia têm a chance de assegurar as suas independências energéticas através da conexão das suas redes de gás natural com as dos seus aliados europeus e a transformação em sistemas de comércio com base no mercado.

Estes três pequenos países na periferia da EU estão agora preparados para ajudar a EU a alcançar dois importantes objetivos estratégicos: estabelecer um único mercado europeu de energia e enfraquecer o poder da Gazprom em relação ao gás europeu. Com a Croácia as vésperas de abrir uma pipeline de importação e um terminal de GNL na costa adriática, é provável que o domínio russo seja ainda mais reduzido.

A new Baltic LNG market

In Riga on January 14th, Estonia, Latvia and Lithuania signed a declaration on energy supply reliability, providing for the formation of a single gas market in the region and connecting the Baltic countries with the West European power systems.

Ministers from the three countries met to sign the so-called ‘Declaration on Energy Security of Supply of the Baltic States’, which has been branded as a way of further integrating them into the internal European energy market.

“Signing of the Energy Security of Supply declaration marks the beginning of the important and irreversible shift in our region towards liberal, transparent, competitive and fully functioning regional gas and electricity markets,” Minister of Energy of the Republic of Lithuania, Rokas Masiulis, said.

More than two decades after the end of the Soviet occupation, and a decade after they joined NATO and the European Union, the Baltic republics had remained disintegrated from the rest of Europe in one crucial way: their natural gas infrastructure isolated them into ‘energy islands’. Now for the first time in their histories, Estonia, Latvia, and Lithuania have a chance to secure their energy independence by connecting their natural gas networks with those of their European allies and evolving them into market-based trading systems.

These three small countries on the EU’s periphery are now poised to help the EU achieve two key strategic goals: to establish a single European energy market and to weaken Gazprom’s grip on European gas. With Croatia due to open an import pipeline and LNG terminal on the Adriatic coast, it’s likely that Russian domination is about to be further reduced.

O que é gás sustentável?

O recente relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental da sobre Mudanças Climáticas da ONU alertou para os “impactos graves, generalizados e irreversíveis”, a menos que as emissões de carbono sejam reduzidas. O Secretário-Geral Ban Ki-Moon incentivou os investidores a olhar para a energia renovável e construir um futuro sustentável. Então, o que significa sustentabilidade quando se refere ao gás, e seria isso uma possibilidade real?

Gás sustentável refere-se ao potencial do gás natural para desempenhar um papel fundamental em um mundo de baixo carbono, e para o desenvolvimento / implantação de tecnologias que lhe permitam desempenhar esse papel. É evidente que temos de fazer o uso mais eficiente de todas as fontes de energia disponíveis, enquanto prestamos atenção tanto para o seu custo e impacto ambiental. O desafio para os formuladores de políticas energéticas é criar um quadro no qual o gás natural possa desempenhar um papel pleno e importante na matriz energética, hoje e no futuro, uma vez que as reservas de gás convencional serão capazes de atender a demanda por décadas, com fontes recentemente disponíveis de gás não convencional ampliando a oferta.

O desafio para o meio acadêmico e a indústria é desenvolver e implantar tecnologias rentáveis que permitam que o gás natural desempenhe esse papel, um desafio que fica no núcleo central do trabalho dentro do Sustainable Gas Institute.

Gás e a seca brasileira

Em uma ação que inverte uma tendência para a energia eólica e solar, o governo brasileiro está buscando adjudicar contratos para mais usinas movidas a carvão e gás natural.

Isto decorre da pior seca do país nos últimos 80 anos, secando reservatórios nas barragens hidrelétricas. Estas já produziram 90 por cento da energia do Brasil: um número que caiu para 67 por cento após a seca de 2013. As novas usinas térmicas assegurariam um fornecimento garantido e preveniriam a necessidade de implementar tanto racionamento de energia elétrica como a importação de GNL caro. A escassez de chuvas já levou ao racionamento de água em 19 cidades no sudeste e nas regiões centrais.

Responder a esta necessidade urgente de curto prazo com mais usinas de petróleo e gás criou tensões com ambientalistas, sobretudo, porque o Brasil está se juntando às conversações na ONU destinadas a chegar a um acordo sobre a limitação das emissões de combustíveis fósseis.

Mesmo assim, o mercado de gás brasileiro tem um tremendo potencial para novos investimentos e crescimento, e junto com o estímulo para fontes de combustível baratas e estáveis, a necessidade de desenvolver métodos mais sustentáveis de produção de gás é mais crítica do que nunca.